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José Paulo Kupfer

Veja uma seleção de piadas clássicas sobre economistas

José Paulo Kupfer

09/01/2020 04h00

Início de ano é época da safra de projeções sobre a economia para o ano que está começando e os seguintes. É também o período natural para comparar as previsões no início do ano anterior e o que de fato a realidade mostrou no seu encerramento.

O boletim Focus, no qual, semanalmente, o Banco Central organiza as projeções de uma centena de economistas, é o melhor lugar disponível para o ajuste de contas com as estimativas dos economistas.

Na última edição do Focus em 2018, a turma previa, para o final de 2019, alta de 4,01% para a inflação, variação positiva de 2,55% para o PIB (Produto Interno Bruto), taxa de câmbio a R$ 3,80 por dólar e juros básicos (taxa Selic) de 7,13% nominais ao ano.

Terminado 2019, só as previsões para a inflação – e ainda assim com a colaboração de uma explosão dos preços das carnes no fim do ano – acertaram na mosca. O resultado do IPCA do conjunto do ano passado está marcado para ser divulgado nesta sexta-feira (10), mas não será muito diferente do que foi antecipado pelos economistas. As projeções para os outros indicadores relevantes, porém, passaram longe do alvo.

As previsões para o PIB eram de uma alta de 2,55% em 2019, mas o dado da realidade não deve ter passado de uma variação de 1,2%. No caso da taxa de câmbio, que fechou o ano a R$ 4,10 por dólar, a aposta era de que não iria além de R$ 3,80. Pior ocorreu com a taxa Selic, que desceu a inéditos 4,5% ao ano, mas, se fosse valer o que projetavam os analistas, ainda estaria nas alturas de 7,13% ao ano.

Projetar e errar projeções faz parte do cotidiano da atividade dos economistas. Talvez por isso – e também por refletir a incontestável relevância de sua atuação na sociedade – as piadas sobre economistas e seu ofício sejam tão abundantes.

A seguir, uma seleção de clássicos entre as quase infinitas anedotas envolvendo economistas.

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Dois homens estavam passeando num balão e se perderam. Decidiram baixar o balão e pedir orientação a algum transeunte.

"Ei, você poderia nos dizer onde estamos ?"

"Claro, vocês estão em um balão", respondeu o transeunte.

"Você deve ser um economista", disse um dos balonistas. "Sua resposta é precisa, correta, mas não serve para absolutamente nada."

"E você deve ser um administrador", respondeu o transeunte.

"Exato. Como você adivinhou?"

"Você tem uma excelente visão de conjunto, mas não sabe onde está".

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Um físico, um químico e um economista estão perdidos em uma ilha deserta, sem nada para comer e dispõem somente de uma lata de sopa enlatada. Mas como abri-la? O físico sugeriu: "vamos bater na lata com uma pedra". O químico disse: "vamos fazer uma fogueira e aquecer a lata até que se abra."
Já o economista pontificou: "Suponhamos que temos um abridor"…

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Economista é aquele especialista que saberá amanhã por que as coisas que previu ontem não aconteceram hoje.

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Por que os economistas fazem estimativas de inflação com uma casa depois da vírgula ?

— Para provar que têm senso de humor.

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— Por que Deus criou os economistas ?

— Para os meteorologistas parecerem competentes

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Primeira Lei dos Economistas:

Para cada economista sempre existe pelo menos um outro com pensamento oposto.

Segunda Lei dos Economistas:

Ambos estão errados.

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Os economistas previram nove das últimas cinco recessões (atribuída ao Prêmio Nobel Paul Samuelson).

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Há duas classes de economistas que prevêem as coisas:  aqueles que não sabem e aqueles que não sabem que não sabem. (atribuído a John Kenneth Galbraith)

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Um nível "aceitável" de desemprego significa que o economista do governo que fez a afirmação ainda estará empregado.

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Um estudo de economia geralmente revela que a melhor época para comprar qualquer coisa é o ano passado.

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Se você colocar dois economistas em uma sala e pedir sugestões sobre um dado assnto, você terá pelo menos duas opiniões diferentes. Se um deles for Keynes, você terá pelo menos três opiniões diversas. (atribuído a Winston  Churchill)

Sobre o Autor

Jornalista profissional desde 1967, foi repórter, redator e exerceu cargos de chefia, ao longo de uma carreira de mais de 50 anos, nas principais publicações de São Paulo e Rio de Janeiro. Eleito “Jornalista Econômico de 2015” pelo Conselho Regional de Economia de São Paulo/Ordem dos Economistas do Brasil, é graduado em economia pela FEA-USP e integra o Grupo de Conjuntura da Fipe-USP. É colunista de economia desde 1999, com passagens pelos jornais Gazeta Mercantil, Estado de S. Paulo e O Globo e sites NoMinimo, iG e Poder 360.

Sobre o Blog

Análises e contextualizações para entender o dia a dia da economia e das políticas econômicas, bem como seus impactos sobre o cotidiano das pessoas, sempre com um olhar independente, social e crítico. Finanças pessoais e outros temas de interesse geral fazem parte do pacote.