Mundo em crise vai mexer muito com ações e dólar aqui no Brasil
Os mercados financeiros ao redor do mundo, inclusive no Brasil, voltaram a engatar uma onda de vendas, nesta quarta (14), depois de um movimento de acomodação no dia anterior. As instabilidades nas cotações do dólar, nos negócios com ações e nas taxas de juros futuros, que pareciam adormecidas nos últimos tempos, estão agora novamente no centro dos pregões.
Não são, desta vez, eventos pontuais, menos previsíveis, como alguma escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China ou, mais diretamente para os mercados latino-americanos, uma eleição na Argentina que contrariou expectativas políticas de investidores. O que move os mercados para baixo, nesta quarta-feira, é o pano de fundo por trás das próprias instabilidades que contaminam o ambiente dos pregões.
Esse pano de fundo reflete a perspectiva, atualmente já quase uma certeza, de desaceleração mais forte da economia mundial, pouco mais de dez anos depois da última grande crise econômica global. A guerra comercial movida pelo presidente Trump contra os chineses pode até trazer momentos de alívio, como nesta semana, mas está longe de indicar a chegada a um epílogo benigno e só faz reforçar a tendência negativa.
Indicando temores de uma nova temporada recessiva ou de baixíssimo crescimento na economia mundial, a derrubada geral dos mercados, nesta quarta, tem como causa imediata a divulgação nesta manhã de dados de conjuntura econômica ruins em várias partes do mundo, aumentando o estoque de más notícias já acumuladas.
Em todos os mercados de ativos, com destaque para os de taxas de juros futuros, que são os primeiros a antecipar tendências, os sinais, nas ordens de compra e venda, eram de que aumentou a convicção entre os investidores a respeito de uma inevitável redução na atividade econômica global. O recrudescimento das quedas registradas nos mercados são uma expressão concreta dessa percepção.
Bolsas da Europa fecharam em fortes baixas, com recuos acima de 2%, enquanto o mercado americano consolidava uma sessão de perdas. No início da tarde, a Bolsa de Nova York recuava fortes 2,75%. A exceção foram as Bolsas asiáticas, à frente Japão e China, que fecharam com pequenas altas.
O Brasil não ficou imune ao movimento de venda no mercado de ações e de busca de proteção no dólar. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, ameaçava deixar para trás os 100 mil pontos, com queda de 2,66%, no início da sessão vespertina. No mercado cambial, também no começo da tarde, o dólar comercial era negociado a R$ 4, 02, com alta de 1,3%, enquanto o dólar turismo valia R$ 4,20.
Impossível antecipar os próximos movimentos nos mercados, mas é certo que a insegurança dos investidores, alimentada pelas indicações recorrentes de tropeços crescentes na economia global, desemboca em hesitações e adiamento de decisões investimento. Instabilidade nos mercados por um tempo difícil de prever, mas possivelmente longo, é o nome que traduz o ambiente nos mercados. Mas é bom ter em mente que, embora a tendência de prazo mais longo seja a de baixa nos mercados, eventos ou números melhores, aqui ou ali, podem proporcionar momentos de alívio e alta temporária nas cotações.
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