Economia não está parada, mas o avanço mal dá para ver
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) recuou em julho, na comparação com junho. O resultado pode parecer um tanto estranho depois dos anúncios de altas relativamente fortes das vendas no varejo e dos serviços no mês, enquanto apenas a indústria apontava recuo.
A economia, afinal, está avançando ou recuando? Ainda que tomando cuidado com extrapolações de medidas em prazos curtos — o observado em um único mês e mesmo num único trimestre não permite deduzir tendências firmes —, é possível concluir que o ritmo da economia se mantém na mesma toada dos últimos 30 meses. Resumindo a história, há uma recuperação em curso, mas o crescimento é bastante lento.
Determinar o comportamento da economia depende do termômetro utilizado. No curto prazo, um mês, por exemplo, as medições, com termômetros diferentes, costumam apontar resultados diferentes. Porém, se os termômetros forem bons, a indicação das medidas em prazo mais longo vai mostrar convergência.
Mesmo quando se usa um único indicador, o intervalo de tempo considerado na medição pode oferecer visões diferentes das tendências. O IBC-Br, por exemplo, recuou em julho, na comparação com junho, mas avançou (1,31%) sobre julho de 2018 e subiu 1,07% quando observado no acumulado em 12 meses. Também registrou alta, de 0,4%, quando se calcula a média móvel trimestral encerrada em julho — medida mais aderente às variações do PIB, calculado a cada trimestre pelo IBGE.
Sinais para agosto são de que a trajetória da economia continuará mostrando o mesmo desenho de baixo crescimento, mas no campo positivo. Idem com relação à variação do PIB no terceiro trimestre do ano, que será conhecido nos primeiros dias de dezembro.
Depois do IBC-Br de julho e de conhecidos alguns indicadores antecedentes de agosto, os analistas descartaram a hipótese de retração do PIB e projetam expansão no entorno de 0,2%, no período julho-setembro. Caso esse resultado se confirme, para alcançar crescimento de 0,8% em 2019, o avanço no último trimestre do ano teria de subir a 0,6%.
Esse não é um resultado impossível, até porque a atividade no último trimestre será beneficiada pelo efeito positivo da liberação de recursos do FGTS e do PIS/Pasep, além do natural aquecimento dos negócios no fim do ano. Mas, à luz das informações já disponíveis, também não é o mais provável.
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