Saiba as profissões que serão mais procuradas até 2023 em cada estado
José Paulo Kupfer
01/10/2019 04h00
* Erramos: este conteúdo foi alterado
Dos 10,5 milhões de trabalhadores em ocupações na indústria que terão de ser qualificados até 2023, mais de 70% se concentram nas regiões Sudeste e Sul. São Paulo, com procura estimada em 3,3 milhões, Minas Gerais, com 1.17 milhão e Paraná, com 852 mil são os três primeiros entre todos os estados brasileiros. Esse é o quadro apontado no desdobramento regional do "Mapa do Trabalho Industrial 2019-2023", levantamento do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
Nos três estados, um contingente de 5,3 milhões de trabalhadores terão de ser treinados para atender às necessidades das novas formas de produção, mais intensas em tecnologia, nos próximos três anos e meio. Depois desse primeiro pelotão aparecem Rio Grande do Sul, com 830 mil trabalhadores a serem capacitados, Santa Catarina, com 785,3 mil, e Rio de Janeiro, com 656,2 mil.
Desse total, porém, só uma parte dos profissionais que devem passar por capacitação, entre 20% e 26%, corresponde a ingressantes no mercado de trabalho ou trabalhadores que ocuparão vagas deixados por quem se aposenta. Eles somam 26% do total, em Minas, 24%, em São Paulo e 21%, no Rio. A grande maioria dos trabalhadores necessitados de treinamento é formada por profissionais já empregados.
Veja abaixo a relação da procura estimada por profissionais qualificados até 2023, em cada estado, segundo o levantamento do Sesi:
Procura por profissionais qualificados até 2023
Estado
São Paulo 3.322.785
Minas Gerais 1.175.667
Paraná 852.045
Rio Grande do Sul 830.181
Santa Catarina 785.288
Rio de Janeiro 656.257
Bahia 389.750
Goiás 322.953
Ceará 277.510
Pernambuco 270.982
Mato Grosso 189.717
Pará 189.622
Espírito Santo 184.449
Mato Grosso do Sul 142.575
Amazonas 142.089
Rondônia 124.332
Distrito Federal 118.688
Paraíba 99.118
Maranhão 88.344
Rio Grande do Norte 85.901
Sergipe 63.183
Alagoas 62.495
Piauí 51.863
Tocantins 41.807
Acre 13.555
Amapá 10.759
Roraima 8.667
Total 10.500.582
O esforço de capacitação profissional terá de se dar em todos os níveis de formação profissional — superior, técnico, de qualificação e aperfeiçoamento. Em São Paulo, por exemplo, no caso das ocupações de nível superior, as áreas com maior procura por capacitação, entre 2019 e 2023, serão a de informática, gestão e metalmecânica. A ocupação mais demandada será a de analista de tecnologia da informação, com procura projetada em 140,2 mil trabalhadores. Em seguida, mas bem abaixo, com procura por 17 mil profissionais, vêm os gerentes de produção e operação, assim como os engenheiros civis, também com 17 mil postos requisitados.
No nível técnico, em São Paulo, as áreas que mais vão demandar capacitação profissional são as transversais, metalmecânica, logística e transporte, eletroeletrônica e informática. Profissionais com qualificação transversal trabalham em qualquer segmento, como técnicos em eletrotécnica e técnicos de controle da produção. As profissões que mais exigirão qualificação, até 2023, serão justamente as de técnicos de controle de produção, técnicos de planejamento e controle de produção e técnicos em eletrônica.
As mesmas áreas e ocupações mais procuradas em São Paulo serão, em geral, também as mais procuradas nos demais estados. Em Minas e Rio de Janeiro, além daquelas com destaque em São Paulo, aparece a área da construção. Entre os profissionais mais requisitados, no nível superior, engenheiros — civis, mecânicos, eletricistas e eletrônicos — encabeçam as listas. No nível técnico, além das mesmas destacadas em São Paulo, carreiras ligadas à construção civil terão, de acordo com o Mapa do Sesi, procura mais intensa.
* Errata: o texto foi atualizado
1/10/2019 às 09h45
O texto informava incorretamente, no primeiro parágrafo, que o estudo "Mapa do Trabalho Industrial 2019-2023" foi feito pelo Sesi. Na verdade, foi feito pelo Senai. A informação foi corrigida.
Sobre o Autor
Jornalista profissional desde 1967, foi repórter, redator e exerceu cargos de chefia, ao longo de uma carreira de mais de 50 anos, nas principais publicações de São Paulo e Rio de Janeiro. Eleito “Jornalista Econômico de 2015” pelo Conselho Regional de Economia de São Paulo/Ordem dos Economistas do Brasil, é graduado em economia pela FEA-USP e integra o Grupo de Conjuntura da Fipe-USP. É colunista de economia desde 1999, com passagens pelos jornais Gazeta Mercantil, Estado de S. Paulo e O Globo e sites NoMinimo, iG e Poder 360.
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